A 13ª Vara de Fazenda Pública em São Paulo proibiu que a concessionária Allegra, que administra o estádio do Pacaembu, derrube o tobogã, arquibancada localizada atrás de um dos gols, do lado oposto ao do portão principal. De acordo com o portal UOL, decisão foi dada pelo juiz Alberto Alonso Muñoz, após pedido formulado pela associação dos moradores Viva Pacaembu e determinou multa diária de R$ 500 mil em caso de não cumprimento da decisão.

A concessionária, que administra o estádio desde 2019 após ser passado à iniciativa privada pelo prefeito paulistano, Bruno Covas (PSDB), quer derrubar a arquibancada, que separa o campo do restante do complexo esportivo. Em seu lugar, pretende construir um prédio comercial de nove andares. A Allegra argumenta que o setor não constava do projeto arquitetônico original, da década de 1930, e que não é citado no tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat). Por isso, não precisaria ser preservado.

Por outro lado, a Viva Pacaembu e o Ministério Público alegam que o tombamento do Condephaat não cita, textualmente, que o tobogã não é parte do processo. Em documento, o MP argumenta que o tobogã foi construído em 1970, em data anterior ao tombamento do complexo, que ocorreu em 1998, portanto “não pode sofrer intervenções agressivas como sua eliminação”.

Dano irreparável – “De fato, a Resolução nº 5/98, que tomba as instalações do Complexo do Pacaembu, não fez nenhuma ressalva à estrutura do Tobogã. Ao tombar o Complexo do Pacaembu, o fez de modo genérico e integral. A notícia da iminente demolição demonstra o risco de dano irreparável”, escreveu o juiz em sua decisão.

Em dezembro, a Viva Pacaembu pediu urgência à Justiça para tratar do tema, pois a administradora estava realizando uma exposição artística de “despedida” do velho estádio, que será fechado para a reforma prevista para durar três anos. O projeto de mudança envolve, inclusive, a construção de uma arena de jogos eletrônicos abaixo da arquibancada laranja.

O Pacaembu foi inaugurado em 1940. O tobogã surgiu em 1970, substituindo uma concha acústica.

Da Reportagem Jornal do Trabalhador com informações Rede Brasil Atual

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