Foto: Ilustrativa

São Paulo – Neste ano totalmente atípico, o Carnaval além de perder o caráter festivo, também representou perdas econômicas importantes para o Brasil. Com a suspensão da folia diante da pandemia de covid-19, a estimativa é que o país tenha deixado de arrecadar R$ 8 bilhões. Os dados são do estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) que considera os valores movimentados pelo carnaval de 2020.

Os prejuízos envolvem toda a cadeia produtiva que realiza o maior evento cultural brasileiro. Pelo menos 70 mil postos de trabalho deixaram de ser criados, 25 mil deles empregos formais na modalidade temporária. Isto é, ocupações de profissionais para atuar em bares, restaurantes e serviços de hotelaria com registro em carteira durante o período de carnaval.

Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, a perda com a suspensão deve ficar em torno de R$ 2,6 bilhões. O cancelamento do carnaval, contudo, atinge duplamente os trabalhadores do setor cultural formal, envolvidos na produção e até na oferta de serviços, aos informais, como vendedores ambulantes, os catadores de material reciclável que têm um acréscimo na renda durante os dias de festa.

Duplamente prejudicados – De acordo com o supervisor do escritório do Dieese em São Paulo, Victor Pagani, um levantamento da entidade sobre a empregabilidade do turismo, bares e restaurantes e atividades artísticas apontou que o saldo de admissões e desligamento, já no ano passado, foi negativo, com 350 mil postos de trabalho a menos. “Foi um setores dos mais atingidos pela crise do emprego decorrente da pandemia”, observa Pagani na coluna do Dieese na Rádio Brasil Atual.

O que demanda, segundo o supervisor, a implementação de políticas públicas. “Já é um setor que está sendo muito afetado pela pandemia. E a não realização do carnaval – que todo mundo defende porque não tem como fazer o carnaval sem aglomeração e não se pode negligenciar a defesa da vida – gera impactos sociais, culturais e econômicos, o que demanda políticas públicas para que sejam reduzidos e minimizados”, destaca.

Da Reportagem Jornal do Trabalhador com informações Rede Brasil Atual

 

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