Professores da FATEC Rio Preto (Faculdade de Tecnologia do Estado) desenvolveram a Consultoria e Apoio ao Micro e Pequeno Empresário (Campe), um suporte gratuito para auxiliar estudantes e familiares, micro e pequenos empreendedores, na gestão de negócios. A iniciativa surgiu após os docentes identificarem que os gestores estavam enfrentando mais desafios com a chegada da pandemia de Covid-19.
Os professores Valdecir Buosi e Adriana Dezani observaram que os alunos apontavam muitas dúvidas a respeito da gestão de empresas, principalmente nas áreas de marketing digital e finanças. “Percebemos a importância de oferecer um suporte para os alunos e os familiares nesse momento de oscilações no mercado, o qual gera incertezas para tomadas de decisões”, salientou Buosi.
Após este entendimento surgiu então a Campe, que oferece atendimento personalizado à empresa, identifica os problemas mais comuns e as melhores formas de solucioná-los. “O objetivo é capacitar os empreendedores com conceitos, metodologias e boas práticas de gestão, nas temáticas de marketing e finanças”, destacou o professor.
A consultoria é elaborada a partir de uma pesquisa que levanta os principais problemas das empresas no enfrentamento dos impactos da pandemia. A partir daí, são realizadas reuniões periódicas coletivas, com os inscritos no projeto para definição das etapas e procedimentos didáticos para o atendimento.
Buosi explica que, durante as etapas, o objetivo é entender o estado atual do negócio. “Com a participação ativa do empreendedor, identificamos as principais dificuldades e tentativas já realizadas na gestão”, afirma. Com essas informações, os professores buscam alternativas para solucionar os desafios apresentados, antes de iniciar a etapa chamada de co-criação. “Nesse ponto, virtualmente, a empresa recebe as orientações e são discutidas as alternativas válidas e quais dicas podem ser aproveitadas”, afirma.
Durante o processo de mentoria, também são necessárias reuniões periódicas individuais, a fim de orientar a co-criação, com as instruções a serem implementadas no cotidiano da empresa. “A avaliação do projeto se dá em andamento às ações estratégicas, mercadológicas e de custo, assim como a disponibilização de ferramentas específicas, para cada empresa acompanhada”, completa Adriana.
O professor Buosi conta que a gestão do tempo, a falta de disciplina para executar as metodologias e o baixo conhecimento das ferramentas mais adequadas para cada situação foram as principais dificuldades identificadas nos atendimentos.
Ele comenta que cerca de 30% dos atendidos tinham ideia do negócio e o desejo de colocá-lo em prática, porém não possuíam conhecimento prévio do mercado, como potencialidade, demanda e concorrentes. “Notamos que muitas empresas não tinham as análises necessárias, como viabilidade econômica e mercadológica. Quando se trata de uma pequena empresa, tais informações e estudos são imprescindíveis”, explica.
Da Reportagem Jornal do Trabalhador com informações Centro Paula Souza