O Viveiro Municipal de Rio Preto recebeu no último dia 20, o lançamento do livro “O Ecossistema da Represa Municipal de São José do Rio Preto”, da escritora Lilian Casatti. Participaram do lançamento, a secretária de Meio Ambiente e Urbanismo, Kátia Penteado, que escreveu o prefácio; o vice-diretor Unesp Ibilce, Fernando Barbosa Noll e a coautora, Maria Stella Maioli Castilho Noll.

O livro, estruturado em nove capítulos, retrata os esforços de pesquisadores para conhecer a biodiversidade da Represa Municipal de Rio Preto, como um modelo de represa urbana em uma cidade de médio porte do interior paulista.

Para a elaboração do livro, foram estudadas as características da microbacia da Represa Municipal e do Parque da Represa, os parâmetros da água e as comunidades do zooplâncton, dos peixes e das aves. Apesar de estar inserida em uma paisagem muito modificada e ser vista apenas como uma opção de reserva de água para uso urbano, a Represa também oferece opções para lazer e contemplação da natureza, ameniza as altas temperaturas da região, e é também um refúgio representativo para uma grande diversidade de organismos aquáticos e aves.

A obra também apresenta experiências já realizadas com o intuito de estreitar a relação entre a população e o ambiente natural, por meio de uma educação fora dos muros das instituições e com vistas a disseminar a alfabetização ecológica. Finaliza com uma reflexão sobre o futuro da Represa e discute algumas estratégias para mitigar problemas recorrentes em represas urbanas, deixando claro que a saída para a perpetuidade desses ecossistemas depende de uma gestão de bacia pautada nas relações entre florestas-água-clima-população.

Sobre a autora – Lilian Casatti é Bacharel em Ciências Biológicas pela USP/Ribeirão Preto, Mestre e Doutora em Zoologia pela UNESP/Botucatu e livre-docente em Ecologia Aquática pela UNESP/São José do Rio Preto, onde é docente desde 2006. Atua no ensino de graduação (curso de Ciências Biológicas) e pós-graduação (PPG Biodiversidade) e em pesquisas na área de ecologia de riachos.

A secretária do Meio Ambiente, evidenciou a importância da publicação como referência científica, que serve para nortear as políticas públicas. “Para embasar qualquer ação técnica, de cada secretaria da administração municipal, seja das mais rotineiras às maiores tomadas de decisão, precisamos de referência científica”, destacou Kátia.

A escritora falou do desafio de se trabalhar com pesquisa no Brasil e da importância de transformar esses estudos em livro, disseminando a informação. “A universidade produz conhecimento, mas se isso não se voltar para comunidade não completa sua trajetória”, pontuou Lilian.

O vice-diretor da Unesp, falou dos desafios da ciência vividos no momento atual.  “A universidade há muito tempo tem um papel grande em levar o trabalho científico para a sociedade. Infelizmente vivemos um crescente ataque à ciência. Hoje é nosso dever não só produzir, mas democratizar esse conhecimento”, destacou Noll.

Maria Stella, coautora do livro, também falou do desafio e da importância de se transformar pesquisa em publicação, em informação democracia, além de destacar o privilégio que é a Represa Municipal de Rio Preto. “Termos a Represa é privilégio e desafio. Vivemos um momento trágico, onde nosso estilo de vida não combina com o meio ambiente. Preservar é necessário, porque senão nem nossa espécie sobreviverá.  Temos que aprender a conviver com a natureza dentro da vida urbana. É nosso dever levar conhecimento, educação ambiental e consciência”, finalizou.

Da Reportagem Jornal do Trabalhador

Fonte: SMCS

 

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