Do livro para o teatro e do teatro para o cinema. Foi assim o processo de adaptação do Miguilim Mutum – o filme, uma coprodução da Companhia Azul Celeste e da Filmme Conteúdo com direção de Jorge Vermelho e Linaldo Telles e montagem de Claudio Roberto Santos.

A estreia nacional será no dia 16 de fevereiro, próxima quarta-feira, na Sala Sesc de Cinema, às 20 horas.

Miguilim Mutum – o filme, com duração de 76 minutos, é inspirado no universo de Guimarães Rosa e revela, aos poucos, a trajetória de um menino rumo ao aprendizado. Na tentativa de resgatar sua cachorra Pingo de Ouro, o garoto se lança na estrada e, protegido por São Miguel Arcanjo, vai descobrindo as delícias e as desventuras do crescer e do aprender. Nessa travessia, o menino Miguel, apelidado Miguilim, transforma-se interiormente, descobre sua miopia e se abre ao novo.

 Com 33 anos ininterruptos de atividades, reflexão, pesquisa, produção e circulação, voltados aos palcos, este filme marca a estreia da Companhia Azul Celeste no universo da sétima arte.  “Essa nova experiência, investigando a linguagem do cinema, agrega outros valores ao trabalho e à nossa trajetória, criando outras possibilidades expressivas em tempos de pandemia. É empolgante e desafiador mergulhar em outro universo artístico, pois requer um aprimoramento nas técnicas desenvolvidas até aqui e faz com que nossa percepção seja ampliada, bem como uma inevitável mudança do ângulo de visão sobre as coisas”, explica o diretor da Azul Celeste, Jorge Vermelho.

 O diálogo com esta obra já tinha sido vivenciado em 2018 com uma adaptação para o teatro com fomento do Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria de Estado da Cultura. Para transverter este projeto para o audiovisual, a Companhia contou com a experiência da Filmme Conteúdo. “Foram 19 horas de captação. Um recorde de tempo que só conseguimos por conta da dedicação extrema de toda a equipe. É sempre muito fácil e prazeroso trabalhar com Jorge Vermelho. Ele vem com a cena pronta, é só rodar e se deleitar com o resultado”, salientou Cinthya Whitacker, diretora executiva da produtora.

 Linaldo Telles conta que receber o convite para dividir a direção deste projeto foi muito especial, já que Miguilim faz parte de sua vida e tem um lugar especial entre seus livros prediletos.  “O filme é um olhar sobre a vida, muito profundo, são personagens que vivem em um cenário árido e uma realidade complexa. Contar essas histórias nos exige um reconhecimento sobre a humanidade, a natureza humana, porque o mais rico das criações de Guimarães Rosa é exatamente transformar a crueza em imagens poéticas. Essa produção foi um verdadeiro encontro com a nossa essência e nossa espiritualidade”, conta.

 A exibição é gratuita com classificação livre e os ingressos devem ser retirados com 30 minutos de antecedência. Após a exibição haverá bate-papo com integrantes da equipe sobre o processo criativo e os bastidores do set de filmagem. Outras informações https://www.sescsp.org.br/programacao/miguilim-mutum-o-filme/. O Sesc Rio Preto fica na avenida Francisco Chagas, 1333.

Este projeto foi contemplado pelo Proac Expresso 2020, da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa – Governo de São Paulo.

 Inspiração, cenografia, figurino, iluminação e trilha sonora:

  • A obra TERRA, do fotógrafo Sebastião Salgado, serviu como suporte de investigação para a concepção da direção de arte.
  • A cenografia, assinada por Jorge Vermelho, retrata o ambiente árido, de terra batida, universo do campo onde mora Miguilim.
  • Os figurinos, de Linaldo Telles, trabalham elementos essenciais para a identificação das personagens. Optou-se pela caracterização por meio de pequenos adereços, que são sobrepostos ao figurino. O visagismo, utilizando argila em todo o corpo dos atores, complementam a ideia de fusão ao espaço.
  • A paisagem sonora foi composta por sons incidentais criados a partir de instrumentos feitos de barro. Na concepção participaram Jorge Vermelho, Linaldo Telles e Raphael Pagliuso Neto.
  • A iluminação, inicialmente criada por Alexandre Manchini Jr. e Jorge Vermelho, valoriza os tons terrosos e sua concepção elucida a passagem do tempo, revelando as sombras e desenhos provocados pela passagem de luz. Para a adaptação ao cinema, o tempo cronológico foi valorizado, elucidando as diversas paletas contidas no percurso da história.

 Importante!

 É necessário apresentar comprovante de vacinação contra Covid-19 (físico ou digital) e um documento com foto.

  • Maiores de 12 anos devem apresentar o comprovante contendo as duas doses ou dose única da vacina.
  • Crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante evidenciando UMA dose (conforme calendário do município).
  • É obrigatório o uso da máscara cobrindo boca e nariz.

 Ficha Técnica

 Coprodução: Companhia Azul Celeste e Filmme Conteúdo

Roteiro: Jorge Vermelho

Direção: Jorge Vermelho e Linaldo Telles

Texto: Cíntia Alves e Eduardo Bartolomeu

Elenco: Henrique Nerys e Luis Andrade

Montagem e direção de set: Claudio Roberto Santos

Direção de movimento: Vivien Buckup

Cinegrafistas: Rogério Pedrozo e Gui Carvalho

Som direto: Filmme Conteúdo

Finalização e coloração: Bruno Medeiros

Masterização: Mateus Gageiro

Trilha sonora: Raphael Pagliuso Neto, Linaldo Telles e Jorge Vermelho

Operação de som: Tiago Mariusso

Contrarregra: Lucas Hernandes

Iluminação: Alexandre Manchini Jr. e Jorge Vermelho

Assessoria de pesquisa: Alaor Ignácio e Daniela Portella

Direção de arte: Jorge Vermelho e Linaldo Telles

Produção executiva: Cinthya Whitacker e Luciano Marcelo

 Da Reportagem Jornal do Trabalhador

Fonte: BoniPeixe Comunicação

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