Fevereiro é o mês dedicado à Luta contra o Câncer Infantil. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2020 e 2022, são esperados cerca de 25 mil novos casos em crianças e adolescentes. Entre os tipos mais comuns estão às leucemias, responsáveis por 75% dos diagnósticos de câncer infantil. O Transplante de Medula Óssea (TMO), em determinados casos, pode ser realizado para aumentar as chances de cura. O número deste tipo de procedimento no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) Rio Preto aumentou 400% nos últimos dois anos.
A Unidade de Transplante de Medula Óssea do HCM Rio Preto foi inaugurada em agosto de 2019. Na época, foram realizados 5 transplantes. Em 2020 este número subiu para 20. No ano passado, em 2021, foram realizados 25 procedimentos; totalizando 50 transplantes desde sua criação.
A Unidade tem se tornado referência nacional neste tipo de procedimento e tem recebido pacientes, não só do Estado de São Paulo, mas também de várias regiões do Brasil como Ceará, Minas Gerais e Espírito Santo.
“Nos transplantes em geral o órgão de uma pessoa é transferido para outra. No Transplante de Medula Óssea são transplantadas células-tronco do sangue do doador para o paciente. Esse tratamento é indicado em situações em que existe um ‘defeito’ na medula óssea e a produção de sangue não é adequada; ou quando o paciente precisa tratar alguns tipos de câncer. Na infância, a principal indicação deste procedimento é para a Leucemia Linfoide Aguda, conhecida como LLA”, salientou Laila Rigolin Fortunato, hematologista pediátrica e coordenadora da Unidade de TMO do HCM Rio Preto.
Quando indicado, o transplante pode ser realizado de duas formas: transplante autólogo, quando são usadas as células-tronco do próprio paciente; ou transplante alogênico, quando são usadas células-tronco de um doador compatível. “A medula óssea é uma herança genética, portanto procura-se primeiro um doador compatível na família. Entre irmãos do mesmo pai e da mesma mãe, há 25% de chance de haver compatibilidade”, diz a hematologista.
Ainda de acordo com a hematologista do HCM Rio Preto, aproximadamente 60% dos pacientes não encontram doador na família. Nestes casos, são procurados doadores compatíveis por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).
Sobrevida – O câncer infantil possui características próprias e bem diferentes em relação ao câncer em adultos. As células que sofrem a mutação no material genético não conseguem amadurecer como deveriam e permanecem com as características semelhantes da célula embrionária, multiplicando-se de forma rápida e desordenada. Por outro lado, as crianças e adolescentes respondem melhor aos tratamentos e transplantes, com chances de cura de 80%, de acordo com o INCA.
Segundo um estudo realizado pelo setor de Oncologia Pediátrica do HCM de Rio Preto, o índice de sobrevida em pacientes infantojuvenis, diagnosticados com câncer, aumentou em 12% nos últimos 12 anos. O levantamento mostrou que de 1999 a 2009, o índice de sobrevida era de 70%; já de 2009 até o ano passado, em 2021, essa taxa aumentou e atingiu seu maior patamar, 82%.
Medula Óssea – A probabilidade de encontrar um doador compatível é de 1 para 100 mil. Isso porque depende do grau de diversidade genética da população, ou seja, o grau de miscigenação. No Brasil a localização de doadores compatíveis é mais difícil, devido à grande miscigenação. Daí a necessidade de um grande número de brasileiros cadastrados.
Os dados do cadastro são cruzados, constantemente, com os dados dos pacientes que precisam do transplante. Quando é encontrado um doador compatível com algum paciente, outros exames de sangue são realizados. Se confirmada a compatibilidade, o possível doador passa por uma consulta para confirmar que deseja realizar a doação e o estado de saúde é avaliado por um médico.
Seja um Doador – O Hemocentro de São José do Rio Preto/SP e o Hemonúcleo de Catanduva/SP fazem o cadastro de doadores de Medula Óssea. Para se cadastrar é muito fácil: basta ter entre 18 e 35 anos e estar em bom estado de saúde (não ter doença infecciosa ou incapacitante); apresentar um documento oficial com foto, como RG ou CNH (Carteira Nacional de Habilitação), por exemplo; e preencher um formulário com dados pessoais, que precisam estar sempre atualizados. Ao final, será coletada uma amostra de sangue para o teste de tipagem, para verificar a compatibilidade do doador.
Hemocentro – São José do Rio Preto
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Telefones: (17) 3201-5078 / (17) 3201-5151
Whatsapp: (17) 99623-9985
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Hemonúcleo – Catanduva
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Da Reportagem Jornal do Trabalhador
Fonte: Intermídia