Os Correios lançaram, nesta terça-feira (21), na Câmara dos Deputados, em Brasília, o selo institucional em homenagem ao Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. O lançamento coincide com o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, introduzido no calendário de comemorações nacionais por meio da Lei 14.519/23.
O lançamento, que reafirma o compromisso da estatal com a diversidade, inclusão e igualdade, contou com as presenças do presidente dos Correios, Fabiano Silva, do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, dos deputados federais Vicentinho e Érika Kokay, da coordenadora-geral de Políticas para Comunidades Tradicionais do Ministério da Igualdade Racial, Eloa Silva de Moraes, além de representantes das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, como Mãe Adriana e Ôòni Adéyeye Ênitan Babatunde Ogunwusi-Ojaja II, rei de Ifé, cidade iorubá localizada no sudoeste da Nigéria, além de demais autoridades e convidados.
Para o presidente dos Correios, Fabiano Silva, ao lembrar que neste ano em que os serviços postais brasileiros completam 360 anos, o lançamento filatélico confirma apoio da estatal ao respeito à pluralidade nacional. “Ao lançarmos esta importante emissão, os Correios se unem aos esforços do governo federal no combate à intolerância religiosa. O Brasil que queremos ajudar a construir baseia-se no respeito mútuo, no direito de ser e expressar o que se é, livremente, em qualquer perspectiva. E nada mais simbólico que a filatelia e o selo, meio tão antigo quanta a história da humanidade, para nos lembrar que, independentemente do ângulo que escolhemos olhar, temos todos raízes em comum”.
Escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU), o dia 21 de março tem como referência o “Massacre de Shaperville”, que ocorreu em 1960, na África do Sul. O episódio remete à violenta repressão policial contra a manifestação pacífica de 20 mil sul-africanos, que protestavam contra a determinação imposta pelo governo da época, de limitar os locais onde a população negra poderia circular. O massacre resultou na morte de 69 pessoas.
Sobre o selo – A arte, criada pelo designer Gabriel Gabiru traz a representação do mar, que para muitas tradições africanas, divide o plano espiritual do plano carnal. Na imagem, a espiral sai do continente africano, passa pelo Brasil e retorna para a África, em um movimento de vai e vem. A peça destaca ainda doze búzios, que já tiveram o poder de moeda para muitas nações africanas e que, somada à circularidade, remetem ao oráculo Yorùbá, a resposta afirmativa das divindades de que tudo está no caminho certo.
“A ideia foi criar uma imagem viva, que simbolizasse uma história em movimento. A cobra que come o próprio rabo representa a nossa circularidade dos entendimentos, que se aprofundam e retomam a cada olhar”, conta o artista, que utilizou a técnica de ilustração digital.
A emissão estará disponível, sob encomenda, a partir do mês de abril na loja virtual e nas principais agências do país.
Da Reportagem Jornal do Trabalhador com informações Correios