Um estudo da Universidade Federal Fluminense mostra o impacto da relação de trabalho dos entregadores com plataformas digitais. O objetivo é apresentar uma perspectiva histórica sobre os motoboys, como são popularmente conhecidos.
A pesquisa faz um mapeamento de como eram as condições e relações de trabalho anteriormente, até o surgimento das grandes plataformas, como iFood, Uber e Rappi. O responsável pela pesquisa é o doutorando do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense, Lucas Santos Souza. Ele aponta as principais questões da categoria.
Um dos questionamentos da função de entregador é se o profissional precisa subir em edifícios ou não. A maioria dos consumidores preferem receber a encomenda na porta do apartamento, porém para o iFood, a plataforma mais popular do setor, o motoboy não é obrigado a subir, segundo o site oficial do serviço de entregas. Leandro Martins, que está no ramo de entrega há cinco anos, aponta essa e outras dificuldades que são enfrentadas pelo setor.
Realizada nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, entre agosto e outubro de 2021, a pesquisa consultou 500 entregadores, de bicicleta e motocicleta.
Desse total, 91.6% trabalham por aplicativo e somente 8,4% deles possuem carteira assinada. Em relação à jornada de trabalho, 73% dos entrevistados trabalham cerca de 63 horas semanais.
Atualmente, o valor pago por hora para quem recebe salário mínimo é de R$ 5,92. Foram retirados, entre outros gastos, os custos com combustível, aluguel de bicicletas e alimentação.
A pesquisa mostra que a média líquida recebida por hora entre os motoboys informais é de R$ 7,52. Já os de aplicativos, recebem R$ 5,68. Além disso, dentre esses trabalhadores, 73,8% se autoidentificaram como pretos ou pardos, e apenas 2% como mulheres.
Da Reportagem Jornal do Trabalhador
com informações Agência Brasil