O inverno chegou e, durante a estação mais fria do ano, um senso comum é o aumento da fome. Mas, você sabe o que levam as pessoas a comerem mais durante o inverno? Segundo o nutricionista, professor doutor em neurociência do Centro Universitário IBMR – do Ecossistema Ânima – Hércules Freitas, fatores físicos e psicológicos motivam o aumento do consumo alimentar durante o inverno.  “Em termos físicos, o corpo humano tende a gastar mais energia para manter a temperatura corporal em ambientes frios, o que pode aumentar o apetite como uma forma de compensação energética. Além disso, o clima frio pode levar a uma diminuição da atividade física e, portanto, aumento do sedentarismo, fazendo com que as pessoas busquem mais alimentos para obter conforto e satisfação”, explica. Ainda segundo o professor, também existe um argumento evolucionário por trás dessas mudanças que, “sugere que a espécie humana não foi selecionada para lidar metabolicamente com os excessos nutricionais e a abundância de alimentos, que são uma inovação social”.

Outro fator que influencia o aumento de apetite no inverno está relacionado a alterações hormonais. Algumas hipóteses pautam a diminuição da exposição à luz solar durante o inverno aos menores níveis de serotonina, um neurotransmissor associado ao humor e ao controle do apetite. A redução dos níveis de serotonina pode aumentar o desejo por alimentos ricos em carboidratos e açúcares, que proporcionam uma sensação temporária de prazer e bem-estar.  Dentre os mais populares entre os brasileiros estão sopas cremosas, fondues, chocolates quentes, bolos e tortas. “Esses alimentos são muitas vezes reconfortantes e trazem uma sensação de aquecimento e prazer, mas podem contribuir para o ganho de peso se consumidos em excesso”, explica o professor Freitas.

O nutricionista orienta, ainda, que as pessoas que já se encontram acima do peso, adotem estratégias específicas para evitar o ganho de peso nessa estação. Entre elas, estão manter uma alimentação equilibrada, com o consumo de frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, que ajudam a fornecer os nutrientes necessários sem exagerar nas calorias; o controle das porções, como,  evitar servir-se em excesso, usando pratos menores para enganar a percepção visual de quantidade; priorizar alimentos quentes e saudáveis, como as sopas, que podem ser nutritivas e satisfatórias; consumir alimentos ricos em fibras para promover a saciedade e controlar o apetite; e, por fim, manter a hidratação mesmo que não  sinta sede.

O ganho de peso pode ter impactos negativos para a saúde que podem ser difíceis de contornar, como o desenvolvimento de doenças crônicas, entre eles, o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e obesidade. Além disso, o excesso de peso pode sobrecarregar as articulações e contribuir para problemas musculoesqueléticos. “Para evitar esses problemas, é importante manter um estilo de vida saudável durante o inverno, com uma alimentação equilibrada, atividade física regular e cuidados com o bem-estar emocional. Para quem tem preocupações específicas sobre saúde e alimentação, é recomendável consultar um profissional de saúde, como um nutricionista, para obter orientações personalizadas”, alerta Freitas.

Além da alimentação, outras estratégias podem ser adotadas para evitar o ganho de peso no inverno. Manter-se ativo mesmo com o clima frio, dormir bem e gerenciar o estresse são algumas delas. “Sabemos que no inverno, a cama se torna o lugar mais atrativo. No entanto, é muito importante praticar atividade física. A recomendação é buscar atividades indoor, como aulas de dança, yoga, treinamento funcional ou musculação”, orienta.

Da Reportagem Jornal do Trabalhador

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