Em agosto, o Sesc SP realiza o projeto “Agosto Indígena: Brasil Terra Indígena”, com propósito de valorizar a presença indígena no país, uma série de ações que marcam o Dia Internacional dos Povos Indígenas, instituído pela ONU em 9 de agosto, com o objetivo de valorizar e difundir a diversidade cultural desses povos no Brasil. Em Rio Preto, a programação segue de 3 a 18 do mês e conta com espetáculo, oficinas, contação de histórias, sarau e bate-papo. A programação é livre para todas as idades.  

 Criada por decreto da ONU em 1995, a data é resultado da atuação de representantes de povos indígenas de diversos locais do globo terrestre, com o objetivo de criar condições para a interrupção dos ataques sofridos por esta população em seus territórios, lhes garantindo condições de existência minimamente dignas e com o objetivo de garantir a esses povos, no mundo, a autodeterminação, evitando que sejam forçados a tomar qualquer atitude contra sua vontade.   

 De acordo com o último Censo finalizado pelo IBGE, do ano de 2010, há 305 etnias indígenas no Brasil, falantes de 274 línguas, somando uma população de cerca de 900 mil pessoas. Dados preliminares do Censo de 2022, divulgados em abril do presente ano, apontam a existência de 1,653 milhão de indígenas no país. Tal aumento expressivo decorre não somente do crescimento demográfico dessa população, mas, sobretudo, das melhorias no método de recenciamento do IBGE – que fez um grande esforço em chegar até comunidades indígenas mais isoladas e trabalhar de forma dialógica com lideranças indígenas – e do modo como a autodeclaração das pessoas indígenas é vista no Brasil. 

 Assim, o Sesc Rio Preto realiza atividades que suscitam espaços de protagonismo para indígenas – provenientes tanto de aldeias, comunidades e Terras Indígenas, quanto de contextos urbanos. A programação tem início no dia 3, quinta, a partir das 15h30, com a oficina Saberes Ancestrais, conduzida pela escritora negra e indígena Amanda Simpatia e a jornalista indígena Vanessa Guarani. Ainda, no mesmo dia, o bate-papo Literatura da Mulher Indígena no Século XXI e Suas Poéticas de Resistência propõe a troca de experiências de pessoas e coletivos. Participam da atividade Eva Potiguara, Lucia Tucuju, Nôra Pimentel e Vanessa Ratton Guarani, escritoras e membras do coletivo Mulherio das Letras Indígenas. 

 Na sequência, dia 4, sexta, o Sarau do Mulherio das Letras Indígenas retoma o palco do Sesc Rio Preto em um espetáculo poético e musical intercultural, às 20h00, na Comedoria.  

 No sábado, dia 5, a artista visual e escritora indígena Ana Kariri conduz a oficina Pintura com Pigmentos Naturais, às 10h00 e a partir das 14h00 a artesã e escritora indígena Luana Guarani ministra a oficina Biojoias: Brincos Indígenas. Ainda no sábado, o público pode participar da contação de histórias indígenas com as escritoras Lúcia Morais Tucuju e Eva Potiguara. A programação da semana encerra com a oficina de Mediação de Leitura: Aprendendo a Contar Histórias Indígenas conduzida pela escritora e atriz Lúcia Morais Tucuju, no domingo, 6, às 10h30. 

 A segunda semana do projeto Agosto Indígena é marcado pelo espetáculo Karaiba com Danilo Canindé, Jéssica Meireles, Yumo Apurinã e Ludimila D’Angelis. No palco, o grupo faz um convite à imaginação de uma terra de 522 anos atras, antes das caravelas europeias aportarem na praia. A peça é baseada na obra literária de Daniel Munduruku “O Karaíba: uma história pré-Brasil”. A apresentação acontece no sábado, dia 12, às 20h00 e os ingressos estão disponíveis para venda a partir de R$ 9,00.  

 A programação encerra com o bate-papo “Contos da Floresta”, no qual o escritor, ilustrador, professor e artista plástico indígena nascido no Amazonas, Yaguarê Yamã, compartilha seu processo criativo, sua formação e vida na aldeia. A atividade acontece dia 19, sábado, às 11h00. 

 Toda a programação é gratuita, com exceção do espetáculo Karaíba que tem venda de ingressos. Os valores variam entre R$ 9,00 e R$ 30,00 e os mesmos podem ser adquiridos no App Credencial Sesc SP, no site www.sescsp.org.br/riopreto  ou presencialmente nas unidades do Sesc SP. 

Da Reportagem Jornal do Trabalhador

Com informações Sesc Rio Preto