Convidada especial da primeira edição da Mostra Educar Ancestral, que tem início nesta quarta-feira, dia 20, em São José do Rio Preto, a educadora e escritora Idiane Crudzá, guardiã da tradição do povo Kariri-Xocó, originário de Alagoas, é defensora de um modelo escolar que respeita o modo de ser das crianças, promovendo o conhecimento a partir do legado cultural dos povos originários do Brasil.Ao lado de seu marido, Kawrã Florêncio, ela compartilha suas experiências e vivências com os educadores e a comunidade rio-pretenses em encontro na próxima sexta-feira, dia 22, às 18h00, no Ibilce/Unesp. Toda a programação da mostra, realizada pela Coletiva Educar Ancestral, é de graça.“A escola como a conhecemos hoje não é atrativa para a criança, que fica sentada por quatro, cinco horas e só tem liberdade na hora do intervalo. A escola parece mais um presídio, cheio de grades e muros, um lugar onde a liberdade não é levada em consideração”, opina ela, que, ao lado do marido, fundou, na cidade de Porto Real do Colégio (AL), a escola Espaço Subatekerá Nunú.Segundo Idiane, a Subatekerá Nunú é um espaço não-formal de ensino que trabalha o conhecimento por meio da cosmovisão indígena. “Da cultura à ciência, todos os conhecimentos são trabalhados a partir do legado ancestral dos Kariri-Xocó e outros povos originários. Foi a forma que encontramos para manter viva nossa língua Dzubukuá-kipeá”, explica.Para ela, poder participar de um evento como a Mostra Educar Ancestral é um marco importante em sua trajetória como educadora, que é pautada pela resistência na preservação da cultura de seu povo. “Para nós, é muito importante contar a nossa própria história e falar sobre nosso conhecimento. É diferente de alguém falando por nós. Queremos levar nossos saberes para as pessoas do interior paulista, das quais a grande maioria não faz ideia que seu território já abrigou inúmeras nações indígenas no passado”, diz.A mostraA programação da Mostra Educar Ancestral – Indígenas nas Escolas envolve palestras e oficinas voltadas para educadores, universitários e pessoas interessadas em conhecer mais sobre a realidade dos povos originários do Brasil. Todas as atividades são gratuitas e será concedido certificado a todos os participantes.A abertura da mostra, nesta quarta (20/3), às 18h, será marcada por palestra da antropóloga Niminon Suzel Pinheiro, que falará sobre a presença dos povos indígenas no noroeste paulista.O segundo dia da mostra, quinta-feira (21/3), também às 18h, contará com duas oficinas ministradas pelas educadoras Neny Luá e Gizele Juá, fundadoras da Coletiva Educar Ancestral. Enquanto indígenas educadoras, elas compartilham histórias, brincadeiras, pesquisas e outras atividades relacionadas aos povos originários.A primeira oficina é voltada para educadores do Ensino Infantil e do Ensino Fundamental II, e a outra para quem atua no Ensino Fundamental II e Médio.O encontro com Idiane e Kawrã marca o encerramento da programação na sexta-feira, dia 22, às 18h00. Todas as atividades serão realizadas no Ibilce/Unesp.A Mostra Educar Ancestral – Indígenas nas Escolas foi viabilizada pelo fomento da Lei Paulo Gustavo, por meio Secretaria Municipal de Cultura de São José do Rio Preto, Ministério da Cultura e Governo Federal e tem apoio da Unesp Rio Preto.1ª Mostra Educar Ancestral: Indígenas nas Escolas – ProgramaçãoDia 20/3 (quarta-feira)18h – Palestra: A presença dos povos indígenas no noroeste paulistaCom a antropóloga Niminon Suzel PinheiroLocal: Ibilce/Unesp – Auditório ADia 21/3 (quinta-feira)18h – Oficina: Culturas indígenas na Educação Infantil e Ensino Fundamental ICom a educadora Neny LuáLocal: Ibilce Unesp – Sala 02C19h – Oficina: Culturas indígenas no Ensino Fundamental II e MédioCom a educadora Gizele JuáLocal: Ibilce/Unesp – Sala 05CDia 22/3 (sexta-feira)18h – Palestra com a educadora e escritora Idiane Crudzá e o educador Kawrã Florêncio.Local: Ibilce/Unesp – Auditório CServiço1ª Mostra Educar Ancestral – Indígenas na Escola: para uma educação antirracista e diversaDe 20 a 22 de marçoIbilce/Unesp (Rua Cristóvão Colombo, 2265)GrátisMais informações no Instagram @educar.ancestral
Da Reportagem Jornal do Trabalhador
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