De 25 a 29 de setembro, o Sesc Rio Preto é palco do Modos de Acessar: construindo acessibilidade em territórios diversos, ação realizada em rede pelo Sesc São Paulo, com atividades gratuitas para todos os públicos. Na unidade de Rio Preto, a programação dá ênfase ao protagonismo da comunidade surda, em uma série de ações com acessibilidade em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e português. Ao todo, 29 unidades da capital, interior e litoral participam desta 7ª edição, entre 21 de setembro e 3 de dezembro, numa edição que coloca a educação como eixo para fortalecer atitudes anticapacitistas, na perspectiva de valorização do potencial de cada pessoa.
O tema “construindo acessibilidade em territórios diversos” tem como objetivo estimular a criação de espaços amigáveis para diálogos sobre a educação para a acessibilidade e seus impactos nas comunidades em que as unidades do Sesc estão inseridas, com um conjunto de ações transversais. A presença de recursos assistivos também é um elemento promotor da participação e cidadania, dado que acessar conteúdos e manifestações culturais diversas é uma condição essencial de pertencimento social.
Programação
No Sesc Rio Preto, o público poderá acompanhar exibição de cinema, espetáculos teatrais, oficina de dramaturgia surda, bate-papos, encontros e vivência. A programação começa na quarta, dia 25, com o filme “No ritmo do coração”, que acompanha os sonhos de uma jovem que é a única pessoa ouvinte em uma família de pessoas surdas. Após a sessão, tem bate-papo sobre famílias atípicas.
Já no dia 26, quando é celebrado o Dia Nacional da Pessoa Surda, acontece o Encontro – Sinaliza aí. Diferente de uma aula de Libras, o objetivo é ser um ponto de encontro entre pessoas surdas e ouvintes sinalizantes, ou seja, pessoas que já tenham conhecimento básico na Língua Brasileira de Sinais. Participam Rimar Segala, pessoa surda, professor de libras, doutor em linguística, intérprete-tradutor, poeta, ator, clown; Eliza Godoy, intérprete de Libras e professora no Senac Rio Preto e Mariane dos Santos Gasques, surda profunda, profissional da área da saúde e participante de movimentos e ações para pessoas surdas.
O teatro também ganha destaque na programação do Modos de Acessar no Sesc Rio Preto. No dia 28, o espetáculo ‘Cenas Surdas” apresenta duas cenas que abordam vivências da comunidade surda, destacando diferentes formas e dinâmicas de poder em duas cenas. “Espaços” revela conflitos entre um tradutor de Libras e uma diretora de teatro, explorando a violência simbólica e espacial, com texto e encenação de Jonatas Medeiros e Jonny Lopes e Rafaela Hoebel no elenco. Já “Visualínguas”, com dramaturgia, direção e atuação de Gabriela Grigolom (Negabi Poeta), denuncia o machismo e ouvintismo social enfrentados por mulheres surdas.
Depois do espetáculo, acontece o bate-papo “A presença da mulher surda no teatro brasileiro”, com Grigolom e Hoebel e mediação da atriz surda Nayara Rodrigues.
Na mesma data, mais cedo, Grigolom, Medeiros e Hoebel coordenam a oficina “Dramaturgia surda”, que busca promover a descoberta, a experimentação e o desenvolvimento de novas dramaturgas/os/es pertencentes à comunidade surda, também aberta a pessoas ouvintes.
Encerrando a programação, no dia 29, Nayara Rodrigues protagoniza o espetáculo “Menina-pássara”, do gRUPO êBA!, que acompanha a aventura de uma personagem em busca de uma identidade para sua língua, em que som e silêncio dialogam na construção de um momento lúdico, permeado por recursos visuais.
Modos de Acessar
Programação em sescsp.org.br/modosdeacessar
Confira a programação completa no Sesc Rio Preto:
CINEMA
Exibição – No ritmo do coração
Dir: Siân Heder. EUA, França, 2021, 111 min, legendado.
Uma família de surdos comanda um negócio de pesca em Gloucester, nos Estados Unidos. Ruby, a única pessoa da família que escuta, ajuda os pais e o irmão com as atividades do dia a dia. A jovem treina para ser aceita na faculdade de Berklee, onde poderá seguir com o canto, mas ela precisa decidir entre continuar ajudando sua família ou ir atrás de seus sonhos.
Dia 25. Quarta, 19h30. Teatro. Entrega de ingressos no local 30 minutos antes. Lugares limitados. Grátis. Autoclassificação 14 anos.
Bate-papo – Famílias atípicas: diálogos entre culturas surdas e ouvintes
Com Adriana Gianezi, Ana Rocha e Clécia Cristina
Após a exibição do filme “No ritmo do coração”, de Sian Heder, reunímos em um bate-papo mulheres surdas e ouvintes sinalizantes para debater o modo como a cultura surda e a cultura ouvinte se encontram e se inter-relacionam, evidenciando uma perspectiva sobre as dinâmicas familiares.
Clecia Cristina Silva: Rio-pretense, Clécia é ouvinte, intérprete de Libras pela Secretaria da Educação e mãe do Gabriel, surdo implantado. Ao descobrir a surdez de Gabriel aos 4 anos (hoje com 16), assentiu com o procedimento do implante ainda na infância. Desde então, viu a necessidade de aprender Libras para melhor comunicação e hoje é intérprete de Libras por conta de seu filho.
Ana Flávia Rocha: Nascida em Rio Preto, Ana Flávia é ouvinte e CODA (filha de pais surdos, assim como a protagonista do filme “No ritmo do coração”). Aos 19 anos já é bilíngue, afinal Libras foi sua primeira aquisição de língua e a segunda o português. Atualmente atua como atendente e intérprete de Libras.
Adriana Gianezi: Natural de Uberlândia (MG), radicada em Rio Preto, Adriana é poeta surda e faz consultoria de estilo e autoestima. Cursou produção de moda no Senac e é estudante de constelação familiar.
Dia 25. Quarta. 21h30. Teatro. Grátis. Lugares limitados. Autoclassificação 14 anos. Acessibilidade em Libras.
AÇÕES PARA A CIDADANIA
Encontro – Sinaliza aí
Diferente de uma aula de Libras, Sinaliza aí tem como objetivo ser um ponto de encontro entre pessoas surdas e ouvintes sinalizantes, ou seja, pessoas que já tenham conhecimento básico na Língua Brasileira de Sinais. Assim, nesse encontro, o grupo poderá treinar os sinais, melhorando sua comunicação dentro da comunidade surda, para além de se permitir conhecer novas pessoas e novas culturas.
Mediação:
Rimar Segala é uma pessoa surda, professor de Libras, Doutor em Linguística, Interprete-Tradutor, poeta, contador, ator, clown.
Eliza Godoy é intérprete de Libras e professora no Senac Rio Preto.
Mariane dos Santos Gasques, surda profunda, profissional da área da saúde e participante de movimentos e ações para pessoas surdas.
Dia 26. Quinta, 19h30. Sala de Múltiplo Uso. Lugares limitados. Grátis. Autoclassificação 12 anos. Acessibilidade em Libras.
TEATRO
Oficina – Dramaturgia surda
Com Gabriela Grigolom, Jonatas Medeiros e Rafaela Hoebel
A oficina tem como objetivo promover a descoberta, a experimentação e o desenvolvimento de novas dramaturgas/os/es pertencentes à comunidade surda, de forma que possam conhecer novas ferramentas de criação, além de expressarem, explorarem e compartilharem suas subjetividades por meio de trocas com artistas profissionais. Ser mais um espaço democrático, acessível e representativo dentro do campo das artes dramáticas, onde as pessoas surdas que ainda não tiveram seus trabalhos publicados, possam descobrir/explorar lugares diversos, novas linguagens/estéticas e figuras ficcionais que conversem com a representação de vivências e corpos invisibilizados. Atividade aberta a pessoas ouvintes.
Dia 28. Sábado, 10h às 12h. Sala de Múltiplo Uso. Entrega de senhas no local 30 minutos antes. Lugares limitados. Grátis. Autoclassificação 16 anos. Acessibilidade em Libras e português.
Espetáculo – Cenas Surdas
Com Fluindo Libras e Suricatta Produções Culturais
Cenas Surdas aborda vivências da comunidade surda, destacando diferentes formas e dinâmicas de poder em duas cenas: “Espaços”, que revela conflitos entre um tradutor de Libras e uma diretora de teatro, explorando a violência simbólica e espacial; e “Visualínguas”, que denuncia o machismo e ouvintismo social enfrentados por mulheres surdas.
Dia 28. Sábado, 20h. Sala de Múltiplo Uso. Entrega de senhas no local 30 minutos antes. Lugares limitados. Grátis. Autoclassificação 14 anos. Acessibilidade em Libras e português.
Espaços
Sinopse: Em um formato de metalinguagem, um Bombeiro e uma Diretora de
Teatro se encontram para debater sobre o local onde ficará o extintor de incêndio, novo item obrigatório que deverá ser instalado em lugar visível no teatro. Faltando apenas duas horas para iniciar a peça, ambos criam um embate sobre o local do objeto. “Espaços” é uma dramaturgia que busca investigar as macros e micros relações que temos e construímos, sobre egos, fantasias e disputas por diferentes territórios e subjetivações, em especial no espaço teatral.
Ficha técnica:
Realização: Fluindo Libras
Direção de Produção: Orestes Jorge (Suricatta Produções Culturais)
Assistência de Produção: Heloisa Giovenardi (HG Produções)
Dramaturgia e Direção: Jonatas Medeiros
Orientação Dramatúrgica: Thiago Dominoni
Elenco: Jonny Lopes e Rafaela Hoebel
Iluminação e Operação: Everson Silva
Sonoplastias e Trilha ao vivo: Klüber
Visualínguas
Sinopse: (Texto traduzido para o português como segunda língua). Os Olhos e As Bocas Línguas de sociedades as mulheres surdas não-denúncias sociedade machismos poder e solo mulher surda e preta como luta, surdas feministas e manifesta se contra os machismos e sexismos para surdas sofre, denunciar sociedade.
Ficha técnica:
Realização: Fluindo Libras
Direção de Produção: Orestes Jorge (Suricatta Produções Culturais)
Assistência de Produção: Heloisa Giovenardi (HG Produções)
Dramaturgia e Direção: Negabi Poeta
Orientação Dramatúrgica: Thiago Dominoni
Elenco: Negabi Poeta
Intérprete LIBRAS-Português: Viviana Medeiros
Iluminação e Operação: Everson Silva
Sonoplastias: Klüber
Bate-papo – A presença da mulher surda no teatro brasileiro
Com Negabi Poeta e Rafaela Hoebel. Mediação: Nayara Rodrigues.
Nessa roda de conversa, as artistas Rafaela Hoebel e Gabriela Grigolom (Negabi) protagonizam um diálogo sobre a importância de ações artísticas inclusivas e da representatividade de mulheres com deficiência em cena. Além de compartilharem suas trajetórias artísticas, as atrizes curitibanas discutem os desafios enfrentados pelas intersecções do ser artista-mulher-surda.
Dia 28. Sábado, 20h30. Sala de Múltiplo Uso. Entrega de senhas no local 30 minutos antes. Lugares limitados. Grátis. Autoclassificação 14 anos. Acessibilidade em Libras.
Vivência – Abrindo os poros, estendendo as mãos – sensibilização à cultura surda
Com gRUPO êBA!
Um momento para abrir os ouvidos, os olhos, as mãos e os poros àquilo que fica tão calado: a cultura surda. O gRUPO êBA acredita que ao facilitar os caminhos da comunicação, mais surdos chegarão aos espaços públicos, terão acesso ao que circula na cultura ouvinte e poderão expor seus trabalhos e ações à comunidade como um todo.
Dia 29. Domingo, 10h. Sala de Múltiplo Uso. Entrega de senhas no local 30 minutos antes. Lugares limitados. Grátis. Autoclassificação 12 anos. Acessibilidade em Libras.
Espetáculo – Menina-pássara
Com gRUPO êBA!
Nasceu menina-pássara. Sem asas, sem bico, sem penas. Não canta nem voa, fica muda em seu canto. Diferente de todos, sai em busca por um lugar que seja seu, um nome que lhe pertença e uma identidade para sua língua. Uma aventura, na qual som e silêncio dialogam para a construção de um momento lúdico, cheio de brincadeiras, e recursos visuais para quem ouve com os ouvidos e com os olhos também. O espetáculo é narrado em português e Língua Brasileira de Sinais (Libras) e protagonizado por Nayara Rodrigues, artista surda.
Dia 29. Domingo, 16h. Comedoria. Lugares limitados. Grátis. Autoclassificação livre. Acessibilidade em Libras.
Sesc Rio Preto    
Avenida Francisco das Chagas Oliveira, 1.333