O especialista em marketing e diretor de comunicação da Apeti, Samilo Lopes, analisou os impactos do novo mandato de Donald Trump sobre as big techs, especialmente diante da promessa de flexibilizar as regulamentações e encerrar as ferramentas de checagem de fatos em plataformas digitais. Em suas primeiras ações como presidente, Trump sinalizou uma aproximação estratégica com líderes do setor tecnológico, reforçando a relação entre governo e empresas como Meta, Google e X (antigo Twitter).

Segundo Samilo, as big techs devem continuar se ajustando às legislações regionais, independentemente de pressões externas. Ele ressaltou que mercados como o brasileiro e o europeu possuem regras robustas, que demandam atenção. “As sociedades mais desenvolvidas têm legislações mais complexas e exigem maior respeito às regionalidades. As empresas globais já demonstram essa adaptação, como vimos recentemente com a Meta e o X de Elon Musk”, afirmou.

Ele acredita que a política de Trump, ainda que polêmica, não deve levar ao rompimento entre as big techs e regulamentações locais. “Mesmo que debates surjam, as empresas tendem a se alinhar às exigências regionais. O Google, por exemplo, já segue esse caminho há anos”, destacou.

Fim da checagem de fatos e liberdade de expressão

Uma das promessas mais controversas de Trump é o fim das ferramentas de checagem de fatos nas redes sociais. Recentemente, a Meta anunciou mudanças em suas políticas, que incluem a descontinuação dessas ferramentas. Para o diretor da Apeti, a decisão pode impactar a maneira como a desinformação é combatida nas plataformas.

“Trump tem uma relação única com a mídia. Ele gosta de debates, questionamentos e exposição, mas isso pode levar a confusões na apuração de fatos. Ainda assim, não vejo a censura como uma pauta central de seu governo. Pelo contrário, ele parece apostar na amplificação de vozes”, analisou o especialista.
Redes sociais fortalecidas pela controvérsia

Samilo também refutou a possibilidade de o mercado global enfrentar severas restrições no uso de redes sociais. Para ele, o cenário atual tende a fortalecer essas plataformas. “As redes sociais se mantêm atraentes, em parte, devido aos debates e sensacionalismo. Esse ‘bate-boca’ online atrai usuários e mantém as plataformas em alta. O papel das big techs será continuar proporcionando esses espaços, adaptando-se às demandas locais”.

com informações e foto Assessiva Comunicação