A construção civil desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do país e na geração de empregos. No Brasil, cerca de 7,1 milhões de pessoas trabalham no setor, incluindo assalariados (com e sem carteira assinada) e trabalhadores autônomos, formais e informais. O estado de São Paulo responde por aproximadamente 23% desse total. Os dados são da pesquisa “Perfil de Mão de Obra”, feita pelo SindsuCon-SP, que se baseia no Novo Caged e IBGE.
Apesar do expressivo número de profissionais no setor, é importante desmistificar a ideia que se espalhou nos últimos anos no mercado de trabalho de que os filhos de trabalhadores da construção civil não desejam seguir a carreira dos pais nos canteiros de obras. A realidade é que o setor continua sendo uma opção atrativa, tanto para quem busca o primeiro emprego quanto para aqueles que desejam construir uma carreira de rápido crescimento, sólida e duradoura, com boa remuneração, baseada em produtividade.
Aumentando a atratividade da mão de obra no setor
Atualmente, as construtoras investem em salários atrativos, ambientes automatizados e digitalizados, além de treinamentos constantes para capacitação profissional. “A construção civil continua impulsionando a contratação com carteira assinada. Somos um setor em expansão, oferecendo boas condições de trabalho tanto para iniciantes quanto para quem deseja migrar de área. Os salários são compatíveis com o mercado, e as empresas investem continuamente na qualificação dos profissionais”, ressalta Yorki Stefan, presidente do SindusCon-SP.
Segundo David Fratel, coordenador do GT de Recursos Humanos e conselheiro do SindusCon-SP, há uma percepção distorcida de que a construção civil oferece baixa remuneração e exige esforço físico excessivo por ser uma atividade artesanal e pesada. Ele destaca que é essencial demonstrar aos jovens, principalmente da Geração Z, que o setor está em transformação para recebê-lo, com inovação, industrialização e boas oportunidades de carreira.
Canteiros de Obras Modernos
Diferentemente dos antigos canteiros de obras, o cenário atual é marcado por espaços organizados e, cada vez mais, equipados com tecnologia e inovação. Softwares de monitoramento e medição são utilizados para acompanhar o progresso das obras, além do uso de técnicas construtivas industrializadas. Esse avanço faz parte do chamado processo de industrialização da construção civil, que exige profissionais cada vez mais capacitados para operar essas novas ferramentas e trabalhar com sistemas construtivos inovadores. Além de aumentar a precisão e qualidade, trazendo mais eficiência, a tecnologia também reduz custos e otimiza o tempo de execução dos projetos.
De pai para filha
Franciely Silva, 32 anos, é um exemplo de profissional que seguiu a trajetória do pai na construção civil, ao perceber as boas oportunidades de crescimento e remuneração que o setor oferece. Moradora de Carapicuíba, ela trabalha atualmente em uma obra em São José dos Campos ao lado do pai, Valdenor Silva, que possui uma empresa de assentamento de mármore e presta serviços para o Grupo Kallas.
Antes de ingressar na construção civil, trabalhou em uma marmoraria, mas percebeu que o setor oferecia melhores oportunidades. Começou como encarregada e, hoje, atua na instalação de mármore. Segundo Franciely, com dedicação, é possível progredir de cargo e faixa salarial rapidamente.
Para filhos de pedreiros e aqueles que têm dúvidas sobre seguir esse caminho, ela aconselha conhecer melhor a profissão dos pais, visitar obras e perceber que o ambiente de trabalho mudou bastante ao longo dos anos. Sua recomendação é conversar com profissionais do ramo e conhecer as obras para entender as oportunidades disponíveis.
“Seguir os passos do meu pai na construção civil me trouxe muitas oportunidades. O setor oferece várias chances para quem está disposto a aprender e quer crescer profissionalmente. Meu conselho é explorar as profissões da área, visitar canteiros de obras e trocar experiências com quem já atua no ramo”, conta Franciely.
Bons salários como incentivo para conquistar novos profissionais
De acordo com Fratel, as grandes empresas associadas ao SindusCon-SP remuneram, de forma aproximada, de R$ 10 mil até R$ 12 mil por mês a um profissional de produção, denominado pelo Acordo Coletivo como “Qualificado”, dentro das regras trabalhistas. Um mestre de obras capacitado, mas sem curso superior, pode encontrar salários médios de até R$ 25 mil mensais, também em regime CLT. As funções de produção com maior demanda e possibilidades de ganho atualmente são as de engenheiro civil, mestre de obras, técnico em edificações, pedreiros de acabamento e construtores de estruturas, como pedreiros, carpinteiros e armadores. Evidentemente, as qualificações específicas e aquelas ligadas à industrialização crescente do setor, como instalações prediais, drywall, montadores de elevadores e esquadrias, por exemplo, resultam em um maior potencial de remuneração.
“É importante que o mercado de trabalho entenda que os salários da Construção Civil não são baixos e que, ao contrário do que muitos pensam, são elevados e proporcionam um rápido crescimento profissional. Em dois ou três anos, por exemplo, um aprendiz pode alcançar o topo da sua trajetória, com base na sua capacidade técnica e de produção em tarefas que ele vai executar no canteiro de obra, o que demonstra também que há um plano de carreira diferente de outras áreas profissionais”, afirma Fratel.
A modernização do setor e as boas perspectivas de crescimento demonstram que a construção civil segue como uma excelente opção para quem busca estabilidade e desenvolvimento profissional. O SindusCon-SP está atento às necessidades das empresas do setor e continua investindo ativamente na qualificação da mão de obra, garantindo que a construção civil se mantenha um setor competitivo e em constante evolução, com salários cada vez mais convidativos e uma carreira sólida para quem decide investir nesse caminho.
com informações SindusCon-SP_foto_ilustrativa