O Sesc Rio Preto recebe, nesta terça-feira, dia 12, às 20 horas, o a antropóloga e escritora Niminon Suzel Pinheiro para um bate-papo sobre a importância histórica dos saberes indígenas.

O encontro integra o projeto Abril Indígena, uma ação em rede do Sesc SP, realizada desde 2019, cujo objetivo é difundir e valorizar a diversidade cultural desses povos no Brasil, especialmente por meio de atividades que suscitam espaços de protagonismo para indígenas, provenientes tanto de aldeias, comunidades, e Terras Indígenas, quanto de contextos urbanos.

Com entrada gratuita, a programação dialoga com a data do dia 19 de abril, onde comemora-se o dia dos povos indígenas, desde 1940, e intensifica as atividades do Sesc São Paulo que trazem como tema as lutas, os modos de viver, e os ensinamentos dos povos indígenas.

De acordo com o Censo do IBGE de 2010, há 305 etnias indígenas no Brasil, falantes de 274 línguas, somando uma população de cerca de 900 mil pessoas. Este estudo apontou que 5% dessa população habita o estado de São Paulo, contabilizando 41.981 indígenas. A maior parte desse contingente (91%) vive em zonas urbanas, em territórios fora de Terras Indígenas – sendo marcante a migração de etnias oriundas do Nordeste. O restante, cerca de 6.963 pessoas, reside em Terras Indígenas localizadas na faixa litorânea, no Vale do Ribeira, no oeste do estado e na região metropolitana de São Paulo. O estado de São Paulo abriga ainda 45 Terras Indígenas, sendo que 29 possuem algum tipo de regulamentação e outras 16 ainda estão no aguardo de serem regularizadas.

Aqui em Rio Preto, há registros de que a cidade era habitada por povos indígenas da etnia Guarani e no início do século XX com a proliferação de doenças como sarampo e gripe espanhola, o Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais (SPILTN) direcionou os povos para a cidade de Avaí.

Atualmente, nas regiões Oeste e Centro-Oeste Paulista, encontra-se três Terras Indígenas, sendo elas Icatú, que pertence ao município de Braúna, onde habitam 155 indígenas das etnias Kaingang e Terena principalmente, Araribá, localizada no município de Avaí, com as aldeias Kopenoti, Nimuendaju, Ekeruá e Tereguá e integrada por 733 pessoas das etnias Terena, Guarani e Tupi Guarani, principalmente e a Terra Indígena Vanuíre, situada no município de Arco-Íris com 177 habitantes das etnias Kaingan, Krenak e Terena.

Estes e outros dados foram coletados pela antropóloga Niminon, a partir de pesquisas realizadas nos arquivos de São Paulo e Rio de Janeiro. O fruto desse trabalhou resultou no livro “Os Óculos do Pajé”, onde a também escritora relata esse fato histórico com um pouco de magia, e em “A Formação do Povo Paulista: Matriz Indígena”, livro produzido pelo MEC e destinado aos professores dos Institutos Federais.

No bate-papo realizado pelo Sesc Rio Preto, a antropóloga traz luz a diversas reflexões sobre o assunto, como a importância histórica dos saberes indígenas na conservação e na relação harmônica com a natureza e suas contribuições para a construção de um pensamento decolonial na atualidade.

De acordo com a antropóloga, “o mês de abril é de extrema importância para valorizar as sociedades indígenas e seus integrantes e refletir sobre suas demandas especialmente a questão das terras indígenas”. Niminon também levanta diversos questionamentos sobre o assunto como, por exemplo, “a ausência de demarcação de Terras Indígenas, quais os impedimentos para que esse direito indígena aconteça e porque os estudos da filosofia indígena, sua medicina, sua poesia, sua astronomia, suas memórias não estão em nossos currículos escolares”.

Ainda que a história oficial tenha invisibilizado a contribuição indígena para a construção do que hoje conhecemos como estado de São Paulo, é impossível não notar a marca das populações nativas desses territórios nos nomes de rios, ruas, relevos, entre outras. Assim, São Paulo é, sim, Terra Indígena.

Nesse sentido, a quarta edição do projeto Abril Indígena pretende colaborar para a desconstrução da ideia estereotipada do indígena selvagem e isolado que vive em terras distantes incrustadas nas florestas, revelando a atualidade e dimensão local de suas existências, resistências, demandas, saberes e fazeres, com o objetivo de se trilhar um caminho de resgate da história desses povos que habitaram e habitam a região de Rio Preto.

A programação é realizada em diversas unidades do Sesc no estado de São Paulo e a programação completa do projeto pode ser acessada em  www.sescsp.org.br/abrilindigena

 Saúde e segurança – Os protocolos de segurança frente à Covid-19 seguem mantidos, e para frequentar as unidades e assistir a qualquer programação é preciso apresentar comprovante de vacinação, para pessoas maiores de 5 anos, com pelo menos a primeira dose, ou esquema vacinal completo para adultos, e um documento com foto. O uso de máscara é facultativo.

SERVIÇO

BATE-PAPO – RIO PRETO: TERRA INDÍGENA
Com Niminon Suzel Pinheiro, antropóloga e escritora.
A partir de um retrato dos diversos papéis sociais dos povos indígenas hoje, a antropóloga destaca a importância histórica dos saberes indígenas na conservação e na relação harmônica com a natureza e suas contribuições para a construção de um pensamento decolonial na atualidade. A desconstrução de estereótipos é o caminho para o resgate da história dos povos indígenas que habitaram e habitam a região de São José do Rio Preto.

Dia 12, terça, às 20h00. Teatro do Sesc Rio Preto.
Grátis. A partir de 12 anos

Assessoria Sesc Rio Preto

Luana Ligero | imprensa.riopreto@sescsp.org.br | 19 99162-6360

Da Reportagem Jornal do Trabalhador

Fonte: Assessoria SESC Rio Preto

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