O mês de novembro também ganhou a cor laranja por meio da Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, que chama a atenção da população sobre a Misofonia e Hiperacusia. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 28 milhões de brasileiros sofrem com essas doenças e o periódico científico JAMA Neurology publicou que mais de 740 milhões de pessoas no mundo têm zumbido no ouvido ou tinnitus.
De acordo com o otorrinolaringologista Thiago Resende, do Hospital Santa Casa de Mauá, o zumbido é uma das principais causas que levam os pacientes ao consultório médico. “Trata-se de um ruído incômodo, porém sem um causador de barulho”, exemplifica o especialista.
O zumbido é um sintoma e suas causas estão ligadas a doenças do sistema auditivo e neurológicos, podendo até envolver problemas odontológicos e de coluna. Embora ainda não tenha tratamento, é totalmente possível controlá-lo a fim de oferecer conforto, qualidade de vida e manutenção da audição, desde que tenha apoio de uma equipe multidisciplinar.
A Misofonia é uma condição ligada aos sons repetitivos e também causa grande desconforto. Embora seja percebido em um volume menor e mais baixo, alguns exemplos de sons que podem causar um desconforto emocional são o ato de engolir, tossir, respirar ou de mastigar. Entre os sintomas estão a ansiedade, reação exagerada aos barulhos comuns, raiva e irritação.
Já a Hiperacusia é uma sensibilidade maior aos sons e o paciente ouve em volume mais alto e intenso. Sua causa está ligada a traumas auditivos ou neurológicos, hereditariedade e estresse. Esses sintomas levam à irritabilidade, dores no ouvido e zumbidos.
“O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são importantes para evitar que o paciente sofra com uma série de consequências causadas pelo sintoma e pelas patologias, como por exemplo, dificuldade para dormir, falta de concentração, crises de ansiedade e depressão”, salientou Thiago Resende.
O melhor tratamento sempre será a prevenção. Portanto, alguns hábitos ajudam a prevenir as doenças auditivas como evitar sons altos. Os fones de ouvidos devem ser utilizados por curtos períodos e com volume adequado, além de uma alimentação balanceada sem excesso de açúcar e cafeína. A prática de atividades físicas e relaxantes também ajudam a manter a concentração e a reduzir o estresse. Jamais se automedicar.
Da Reportagem Jornal do Trabalhador com informações MP & Rossi Comunicações